segunda-feira, 16 de novembro de 2009

OBSERVAR E ENVOLVER AS PESSOAS: entender a subjetividade


A formação de uma organização se dá, primordialmente, por pessoas. São estas que idealizam, programam, estabelecem objetivos e os implantam. Esta regularidade, no entanto, é condicionada por diversas situações e elementos. Criar uma conexão correta entre todos os fatores proporciona o alcance do que se estabeleceu em termos de propósitos, metas e objetivos. Alcançar patamares adequados demanda do gestor uma perfeita sintonia entre os elementos-chaves organizacionais: pessoas, estrutura, tecnologia e ambiente.Considerar as pessoas como elemento principal e como sustentador das demais variáveis, permite que um amplo campo de estudo seja configurado e que se tenha uma atenção especial para com os colaboradores. Observar as pessoas e remetê-las ao centro da questão organizacional leva ao alcance do que foi estabelecido como metas, desde que sua gestão seja efetivamente desempenhada com preceitos que levem ao entendimento do comportamento humano, a partir de suas causas e conseqüências.Desafiar as organizações a se tornarem mais pessoais e subjetivas é o grande campo de batalha no qual o gestor de pessoas moderno deve centrar seus esforços. Sabe-se que é mais fácil estabelecer ordens a serem cumpridas e mais fácil de ser gerenciada. Não que as organizações não tenham uma formalização em suas estruturas, mas que estas sejam concebidas e implantadas a partir de uma realidade onde os participantes das estruturas compreendam sua formação para que possam, assim, dar sua parcela de contribuição de forma consciente e que surta os efeitos desejados.A compreensão das pessoas abastece o responsável pela coordenação da equipe de trabalho de subsídios para que sejam tomadas decisões coerentes com as necessidades da organização e dos indivíduos envolvidos. As observações, bem como sua interpretação se tornam cada vez mais importantes se tivermos a consciência de que a singularidade das pessoas interfere na sua visão do contexto no qual estão inseridos e, a partir, destas percepções se posicionam e se comportam.A contextualização apontada nos remete a entender a subjetividade humana, ou seja, entender a história de cada indivíduo, percebendo sua forma de pensar, sentir e agir. As respostas e atitudes para com as pessoas não devem ser arbitrariamente elaboradas, mas inseridas numa base que sustente as decisões, onde sejam detectados os desejos e necessidades que criam as expectativas no ambiente organizacional, que pela sua formação social compõe-se do conjunto de personalidades.Esta subjetividade construída pela história de vida não se finda em etapas, mas se estende no percurso de vivências e se insere nas organizações através das pessoas que a integram de forma presente nas suas crenças, desempenhos e atitudes. É neste aspecto que a observação e interação humanas reforçam a importância de sua existência, estabelecendo laços que remetem ao envolvimento que leva ao desempenho ideal ou próximo deste. O que se intenta com a atenção direcionada para o subjetivo é que haja a possibilidade de identificar o que motiva as emoções, sentimentos e linguagens, além de ver os conflitos e resistências como importantes, sem deixar de lado os aspectos informais da organização. A preocupação com as pessoas colabora para a tomada da consciência de clima organizacional e das questões éticas e culturais.Não se concebe mais uma organização que se distancia das aspirações dos seus colaboradores. Estes, dentro de sua visão de mundo, devem participar do ambiente organizacional como elementos ativos, onde o comprometimento acontecerá como conseqüência da responsabilização com os objetivos. A parceria indivíduo-organização permite visualizar os comportamentos individuais frente às organizações, bem como os possíveis comprometimentos destas ações. Estas manifestações balizam o gestor de pessoas nas suas políticas de inserção e de desenvolvimento.O olhar interessado nas pessoas não constitui algo distante dos desígnios empresariais, não se trata de uma visão romântica das pessoas, mas de uma percepção humanizada e que deve estar alinhada às estratégias organizacionais. Neste sentido, o aparelhamento empresarial precisa estar em consonância com as pessoas e definir seus meios de atender os desejos que se manifestam. Pessoas comprometidas e com a possibilidade de tornarem seus objetivos em realidade, fazem da empresa um mecanismo de alcance de suas expectativas, fazendo disso uma interação de confiança e resultados. Tornar estas práticas como premissas organizacionais geram empenho e satisfação mútuos, visto que o intercâmbio de objetivos faz com que as ações sejam direcionadas no sentido de alcançá-los, motivando as pessoas a buscá-las através da organização como se um ciclo de intenções se formasse e se completasse.Pensar as organizações como sistemas vivos é, cada vez mais, uma essencialidade. Suas linhas gerais e mudanças dão dinâmica ao desenvolvimento e ao equilíbrio necessário entre pessoas e estruturas. Diante de todo o escopo apresentado muitos questionamento se formam, principalmente aqueles que se relacionam com possibilidade de as pessoas se expressarem, serem ativas, adquirirem o poder de participar e decidir, deixando de serem meros objetos para se tornarem elementos condicionais para que a organização tenha funcionalidade. E, neste ponto, dar créditos ao que é imprescindível frente ao que é necessário parece claro. Se as pessoas são a força motriz das organizações, parece obvio que os questionamentos em compreendê-las já trazem consigo as respostas de positividade.É evidente e inegável que as pessoas são ou têm possibilidades, acentuadamente, na era da informação e do conhecimento, mais condição de se expressarem, participarem e serem elementos decisivos. Basta, portanto, que os gestores canalizem forças para permitir que pessoas e organizações sejam parceiros envolvidos com este dinamismo.


Escrito por: Paulo Cesar Martins Paiva


Yuriana Flor

Nenhum comentário:

Postar um comentário