
Após uma sucessão de más notícias, a economia global vem acenando, enfim, com melhores indicadores de desempenho, embora ainda incipientes para se afirmar que o mundo está em franca recuperação. A economia começa a retomar as condições “normais”, mas já se estabelece uma nova conduta no mercado, onde a turbulência se torna aspecto permanente do ambiente.Em virtude desta nova realidade, as empresas precisam desenvolver sistemas de rápida detecção e reação a mudanças. Para tanto, a adoção de uma visão ampla e prudente é fator determinante para preservar os negócios em tempos de crise.
Essa abordagem exige das empresas a capacidade de analisar profundamente as variáveis do ambiente no qual está inserida, bem como antever cenários que possam ocorrer a curto prazo. Nesse contexto, o planejamento estratégico traçado para três ou cinco anos torna-se um instrumento que pode levar a empresa ao fracasso, caso não seja revisto periodicamente. Cenários nunca antes imaginados podem desequilibrar os pilares de sustentação de uma empresa e, por isso, faz-se necessária a revisão constante do planejamento operacional, a fim de adequar o direcionamento da empresa.Umas das primeiras medidas, face a este ambiente de crise, é o corte drástico de custos, o que pode restringir a capacidade de crescimento quando o ambiente econômico for mais favorável.
O corte de custos é necessário, muitas vezes, para redimensionar o tamanho da empresa para a nova realidade. No entanto, não se deve aplicá-lo indistintamente, pois, via de regra, implica queda de desempenho. Um exemplo disso é ceifar os investimentos em marketing, justo uma das áreas que têm por objetivo principal a fidelização e desenvolvimento de clientes.A crise econômica também revela muitas oportunidades, e uma delas é conhecer ainda melhor os clientes. É nesse momento de turbulência que a empresa deve se adaptar aos novos anseios de seus clientes/consumidores, visto que os hábitos de consumo podem estar mudando. Por isso, fique perto deles.Mantenha os talentos. São eles que irão pensar e executar as metas estabelecidas. Demiti-los ou não valorizá-los pode ser uma estratégia equivocada, comprometendo os resultados a curto e a médio prazo.
Quando a situação melhorar, provavelmente a empresa terá que recontratar bons profissionais, o que muitas vezes pode custar mais caro.Fortaleça os produtos/marcas mais fortes. Ao contrário do senso comum, que prega cortes drásticos durante a crise, as empresas que possuem um caixa saudável devem investir ainda mais nas suas marcas e produtos mais importantes. Projetos que ainda levarão muito tempo para se consolidar, a princípio, devem ficar parados neste momento. É hora de explorar ainda mais os fatores positivos que dão retorno à empresa.Preserve o caixa. A administração voltada para a preservação e otimização do caixa minimiza os impactos negativos da crise, além de manter a capacidade de investimento no giro das operações. Dessa forma, o planejamento de capitais se constitui numa ferramenta indispensável para a gestão financeira da empresa.
De modo geral, apenas uma pequena parcela das empresas consegue visualizar o mar de oportunidades que uma crise econômica pode revelar. No entanto, medidas sensatas e pró-ativas, baseadas em um rico planejamento, determinarão quais empresas sairão bem-sucedidas desta crise e quais irão fracassar.
por Gabriel Biesdorf Ely, consultor em economia e finanças.
Luzia Silva.
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